LEI N.1.885, DE 4 DE DEZEMBRO DE 1922
Cria o município de Chavantes, na comarca de Santa Cruz do Rio Pardo.
O doutor Washington Luis P. de Sousa, Presidente do Estado de S. Paulo.
Faço saber que o Congresso Legislativo decretou e eu promulgo a lei seguinte :
Faço saber que o Congresso Legislativo decretou e eu promulgo a lei seguinte :
Artigo 1.º - Fica creado o municipio de Chavantes, com séde no actual districto de egual nome, da comarca de Santa Cruz do Rio Pardo.
Artigo 2.º - As suas divisas serão as mesmas do actual disctricto de paz.
Artigo 3.º - Revogam-se as disposições em contrario.
Artigo 2.º - As suas divisas serão as mesmas do actual disctricto de paz.
Artigo 3.º - Revogam-se as disposições em contrario.
O Secretario de Estado dos Negocios do Interior assim a faça executar.
Palacio do Governo do Estado de S. Paulo, 4 de Dezembro de 1922.
WASHINGTON LUIS P. DE SOUSA.
Alarico Silveira.
Publicada na Secretaria de Estado dos Negocios do Interior, em 8 de Dezembro de 1922. - O Director Geral,
João Chrysostomo B. dos Reis Junior.
Palacio do Governo do Estado de S. Paulo, 4 de Dezembro de 1922.
WASHINGTON LUIS P. DE SOUSA.
Alarico Silveira.
Publicada na Secretaria de Estado dos Negocios do Interior, em 8 de Dezembro de 1922. - O Director Geral,
João Chrysostomo B. dos Reis Junior.
XAVANTES OU
CHAVANTES?
O questionamento que se faz é: como surgiu Chavantes?
Primeiro, a Estrada de Ferro Sorocabana, construiu em terras distantes do Irapé uma estação. A localização da estação estava relacionada com a topografia e com o escoamento de mercadorias e animais da região, principalmente com o chamado Paraná Velho (Ribeirão Claro, por exemplo).
Segundo, a Sorocabana denominou a estação de Chavantes.
Construída a estação, casas de madeira surgiram em seu entorno. Muitas para abrigar os funcionários da própria estrada de ferro.
Os comerciantes de Irapé começaram a abandonar o vilarejo e vir para o novo que se formava rapidamente.
Surgiu Chavantes.
O questionamento que se faz é: como surgiu Chavantes?
Primeiro, a Estrada de Ferro Sorocabana, construiu em terras distantes do Irapé uma estação. A localização da estação estava relacionada com a topografia e com o escoamento de mercadorias e animais da região, principalmente com o chamado Paraná Velho (Ribeirão Claro, por exemplo).
Segundo, a Sorocabana denominou a estação de Chavantes.
Construída a estação, casas de madeira surgiram em seu entorno. Muitas para abrigar os funcionários da própria estrada de ferro.
Os comerciantes de Irapé começaram a abandonar o vilarejo e vir para o novo que se formava rapidamente.
Surgiu Chavantes.
A dúvida em relação ao modo correto de escrever o
nome da cidade e mesmo sobre a sua origem continuará. Até o momento, nenhuma pesquisa é
conclusiva.
Tito Faria, então prefeito do município, procurou especialistas no assunto, os quais concluíram que os índios Xavante ou Xavantes nunca haviam habitado a região, portanto a grafia correta seria mesmo Chavantes, união de chave antes.
Fernanda Corazza, Secretária Municipal da Cultura, afirma que a versão chave antes, apenas faz parte do folclore da cidade pois nada a confirma.
O Sr. Geraldo Machado em seu livro "O Celeiro da Memória", considera chave antes uma história singular. (...) "Como filho feio não tem pai, ninguém é capaz de citar donde veio esse jogo de palavras: Chavantes vem de "chave antes". Leia "Uma questão bizantina" para saber mais sobre a opinião do Sr. Geraldo.
Vejamos o que os mais antigos dizem.
Luizinho Gimenes, ouvia de seus avós e de amigos deles a informação seguinte: "antes da construção da Estação de Chavantes, ao comprar a passagem de volta na Estação Julio Prestes (SP), eles precisavam pedir para uma "chave antes". Caso contrário pagariam a passagem até Ourinhos cuja estação (construção) antecede a nossa.
Sem desconsiderar opiniões, sabemos que há, hoje, fortes pesquisas e descobertas arqueológicas dando como certa a presença indígena em nossas terras.
O Museu Municipal possui farto material indígena que você pode conhecer.
Tito Faria, então prefeito do município, procurou especialistas no assunto, os quais concluíram que os índios Xavante ou Xavantes nunca haviam habitado a região, portanto a grafia correta seria mesmo Chavantes, união de chave antes.
Fernanda Corazza, Secretária Municipal da Cultura, afirma que a versão chave antes, apenas faz parte do folclore da cidade pois nada a confirma.
O Sr. Geraldo Machado em seu livro "O Celeiro da Memória", considera chave antes uma história singular. (...) "Como filho feio não tem pai, ninguém é capaz de citar donde veio esse jogo de palavras: Chavantes vem de "chave antes". Leia "Uma questão bizantina" para saber mais sobre a opinião do Sr. Geraldo.
Vejamos o que os mais antigos dizem.
Luizinho Gimenes, ouvia de seus avós e de amigos deles a informação seguinte: "antes da construção da Estação de Chavantes, ao comprar a passagem de volta na Estação Julio Prestes (SP), eles precisavam pedir para uma "chave antes". Caso contrário pagariam a passagem até Ourinhos cuja estação (construção) antecede a nossa.
Sem desconsiderar opiniões, sabemos que há, hoje, fortes pesquisas e descobertas arqueológicas dando como certa a presença indígena em nossas terras.
O Museu Municipal possui farto material indígena que você pode conhecer.
Vejamos:
- O brasão e a bandeira do município, que foram criados no
início dos anos 1970, trazem um índio, armas indígenas além de culturas
agrícolas da região;
Brasão Municipal elaborado por Dirceu Vedovello - resgate do modelo original feito por Maria Helena Cadamuro.
- O nome Canitar (tupi), significa pena do cocar do índio, foi uma homenagem à cidade de Xavantes, da qual era distrito. Surgiu
em 1940, com a doação de terras pelo fazendeiro Joaquim Bernardo de Mendonça e a sua
emancipação aconteceu em maio de 1991.
- Veja a informação do IBGE: Em 1887, João Inácio da Costa Bezerra estabeleceu-se nas margens do riacho da Cachoeira no Vale do Paranapanema, abrindo a fazenda conhecida como da Cachoeirinha ou Santana da Cachoeira. Começou o desbravamento de uma região até então coberta de mata e habitada pelos índios xavantes, distante de povoados como Ilha Grande, hoje município de Ipauçu, e Santa Cruz do Rio Pardo.
-Também são interessantes os dados sobre a mesorregião de Assis, onde está incluída a cidade de Chavantes: a mesorregião de Assis é uma das quinze do estado brasileiro de São Paulo, formada por 35 municípios agrupados em duas microrregiões. Situa-se na porção oeste do estado, próximo à divisa do estado do Paraná. Antes da colonização, a Mesorregião de Assis era habitada por índios xavantes e coroados. Seu povoamento iniciou-se no século XX, quando os denominados desbravadores do sertão, começaram a explorar a região do oeste paulista. O povoamento foi fortemente impulsionado ao longo do século pela expansão da ferrovia, que engendrou a valorização das terras.
-"Nesse território também viveram grupos de índios xavantes, os ofaiê-xavantes, e na região de Ourinhos os Oti-xavantes, que foram exterminados por serem atrasados e não desenvolverem culturas próprias". (dados fornecidos pela pesquisa do Professor Tidei de Lima).
- Documentos comprovam a presença de índios Xavante na região. A expedição de Teodoro Sampaio, feita em 1886, com a finalidade de explorar o rio Paranapanema, consta que esta região foi habitada por índios xavantes. A exploração detalhada e os mapas feitos pelo engenheiro Theodoro Sampaio foi encomendada pela Comissão Geográfica e Geológica da Província de São Paulo. (você encontrará informações completas no site da Biblioteca Nacional Digital, com o relatório geral da expedição de exploração do Paranapanema elaborado por Teodoro Sampaio, além de mapas muito interessantes feitos à mão).
- Através de dados historiográficos da região, percebe-se que na verdade os Xavante não viveram aqui e sim, os Oti-xavantes, que foram dizimados.
Conclusão: Pelos documentos encontrados até o presente, não chegamos a uma resposta definitiva sobre a origem do nome. Há hoje, uma forte pesquisa histórica concluindo para o nome indígena, pois o mesmo pode ser escrito com X ou Ch. Uma resposta virá apenas através dos documentos da Sorocabana, se é que ainda existem, explicando a escolha do nome. Esperamos que, através de futuras pesquisas realizadas pelo Museu Municipal, possamos em breve chegar a um resultado. Até lá, respeitaremos todas as opiniões.
Veja mais informações em “Casos”.
- Veja a informação do IBGE: Em 1887, João Inácio da Costa Bezerra estabeleceu-se nas margens do riacho da Cachoeira no Vale do Paranapanema, abrindo a fazenda conhecida como da Cachoeirinha ou Santana da Cachoeira. Começou o desbravamento de uma região até então coberta de mata e habitada pelos índios xavantes, distante de povoados como Ilha Grande, hoje município de Ipauçu, e Santa Cruz do Rio Pardo.
-Também são interessantes os dados sobre a mesorregião de Assis, onde está incluída a cidade de Chavantes: a mesorregião de Assis é uma das quinze do estado brasileiro de São Paulo, formada por 35 municípios agrupados em duas microrregiões. Situa-se na porção oeste do estado, próximo à divisa do estado do Paraná. Antes da colonização, a Mesorregião de Assis era habitada por índios xavantes e coroados. Seu povoamento iniciou-se no século XX, quando os denominados desbravadores do sertão, começaram a explorar a região do oeste paulista. O povoamento foi fortemente impulsionado ao longo do século pela expansão da ferrovia, que engendrou a valorização das terras.
-"Nesse território também viveram grupos de índios xavantes, os ofaiê-xavantes, e na região de Ourinhos os Oti-xavantes, que foram exterminados por serem atrasados e não desenvolverem culturas próprias". (dados fornecidos pela pesquisa do Professor Tidei de Lima).
- Documentos comprovam a presença de índios Xavante na região. A expedição de Teodoro Sampaio, feita em 1886, com a finalidade de explorar o rio Paranapanema, consta que esta região foi habitada por índios xavantes. A exploração detalhada e os mapas feitos pelo engenheiro Theodoro Sampaio foi encomendada pela Comissão Geográfica e Geológica da Província de São Paulo. (você encontrará informações completas no site da Biblioteca Nacional Digital, com o relatório geral da expedição de exploração do Paranapanema elaborado por Teodoro Sampaio, além de mapas muito interessantes feitos à mão).
- Através de dados historiográficos da região, percebe-se que na verdade os Xavante não viveram aqui e sim, os Oti-xavantes, que foram dizimados.
Conclusão: Pelos documentos encontrados até o presente, não chegamos a uma resposta definitiva sobre a origem do nome. Há hoje, uma forte pesquisa histórica concluindo para o nome indígena, pois o mesmo pode ser escrito com X ou Ch. Uma resposta virá apenas através dos documentos da Sorocabana, se é que ainda existem, explicando a escolha do nome. Esperamos que, através de futuras pesquisas realizadas pelo Museu Municipal, possamos em breve chegar a um resultado. Até lá, respeitaremos todas as opiniões.
Veja mais informações em “Casos”.
Chavantes ou Xavantes?
Uma notícia irônica publicada em um jornal da cidade de SP traz uma informação importante. Pela primeira vez, em minhas pesquisas, encontro a informação de que a Estrada de Ferro Sorocabana que deu início ao Município, defendia em 1943, o nome da cidade com Ch. Espero encontrar ainda muitas informações.
O DRAMA DE CHAVANTES OU XAVANTES (mantido o português original)
Jornal O Tempo, de SP
07 de novembro de 1943
Os habitantes de
Chavantes ou Xavantes, a 400 quilometros de São Paulo, estão travando a maior
batalha ortográfica de todos os tempos. Jamais se registrou na história da
lingua portuguesa uma polemica em massa, na qual tomam parte 10 mil pessoas,
pois é esta a população de Chavantes ou Xavantes. A situação parece comica, mas
muitas vezes assume aspectos dramaticos.
Nos cafés de Chavantes ou Xavantes, à porta das famacias, durante os passeios no jardim
público, na Câmara Municipal ou nos salões da Prefeitura, os gramaticos da cidade e a própria população não chegam a
acôrdo, apesar do acôrdo ortográfico. O certo é Xavantes, mas a cidade já se
chamava Chavantes, antes do acôrdo de Lisboa-Rio. A Prefeitura e a E.F.Sorocabana fazem parte da
equipe que defende Chavantes com Ch, enquanto que a Coletoria Federal e
Estadual, defendem Xavantes com X mesmo.
E enquanto não se resolve o problema ortográfico, os mortos de Xavantes
ou Chavantes são enterrados em Irapé, a quatro quilometros da cidade. E eis
mais uma reivindicação de Xaventes ou Chavantes. O povo da cidade quer um
cemitério, pois não se admite que, quando um cidadão morre, tenha de ir a
pé. Acontece que a cidade está
rodeada de grandes fazendas e os seus donos nem pensam em fazer uma doaçãozinha
de terras para que os habitantes da cidade-polemica descansem em paz, ao fim da
vida.
Dê-se,
portanto, terra para que a gente de Xavantes ou Chavantes seja enterrada na
cidade mesmo e não no Irapé. Esta é uma das reivindicações mais justas da
hinterlandia e a coluna de hoje vale por um apelo aos latifundiarios locais
para que ofereçam um pouco de boa terra para o último repouso dos seus vizinhos
e tambem deles próprios. Que não se solucione um problema ortográfico, é facil de se admitir,
depois da barafunda do acôrdo. Mas que uma cidade não tenha cemitério, isso vai
alem de tudo. E apesar de ser a morte uma questão do Alem, o problema dos
mortos pode ser solucionado pelos vivos, em Xavantes ou Chavantes. Do mundo
nada se leva. Por que os fazendeiros daquelas bandas se apegam tanto à terra a
ponto de nega-las aos que mais precisam dela?
Bandeira Municipal
Fotos de Carlos Cesar Antunes, tiradas no sábado, dia 12 de maio de 2012
8 comentários:
So' uma correcaozinha, se me permitem.O artigo diz que a estacao de Ourinhos "antecede a nossa," quando deveria dizer, "procede" ou "vem depois da nossa," ou na verdade depois da estacao de Canitar,se o trem parasse la'.Afinal, estao dizendo que pessoas estao comprando bilhetes na estacao Julio Prestes p/ vir a Chavantes. Neste sentido, Ourinhos nao vem antes!
oi a estação ferroviária de Ourinhos antecede a de Chavantes. veja:
Ourinhos inaugurada em 1908
Chavantes, inaugurada em 1909.
então, está correto. Ourinhos antecede a de Chavantes.
oi anônimo, agradeço a sua observação. fiz uma anotação no texto, para q ele fique mais claro.
Comentário de Décio Luiz Mello Peixoto Faria
Parabéns pelo blog que apresenta os acontecimentos de Chavantes. Minha mãe, embora não sendo de Xavantes (falava-me que era com X),sempre falou-me da cidade. Vendo o blog verifiquei a existência de possíveis parentes, pois possuem o mesmo sobrenome que o meu - Mello Peixoto. Moro em Curitiba e terei prazer em comunicar-me com eles. Um abraço.
Muito legal essa matéria! Precisamos mostrar para os nossos filhos. Parabéns d. Lilia. .Sempre nos passando um "Muito" de seu conhecimento.
Obrigada, Sueli. Fico recompensada qdo a pesquisa é foco de interesse. Volte sempre. bjo
Avisar.o.Decio.Faria.de.Curitiba.que.posso.ser.um.seus.parentes.sou.de Santa. Cruz.e.sou.Emanuel.S.Faria.moro.hoje.em.Itanhaem.SP. sonho.em.voltar.para.la
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