Adelino Gião e o Jornal O Município
Analfabetismo na década de 1940
A partir da criação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que ocorreu em 1936, foi possível confiar mais nos dados de estatísticas apresentados a partir de então. Nas décadas de 1930 e 1940, os dados passaram a receber maior credibilidade. Um estudo elaborado pelo SEES (Serviço de Estatística de Educação e Saúde, ao inferir o analfabetismo a partir dos dados de Recenseamento de 1940, afirmava que a taxa de alfabetismo do Brasil em 1950, era de 36,4% e que uma taxa desejável, seria de aproximadamente 75%. No parecer de Luiz Fernando de Lima Junior, "no seio dos debates políticos e ideológicos da década de 1950, sobre a definição do modelo desenvolvimentista a ser implantado no país, a estrutura do patriarcado rural, movimentada por uma população simples, ignorante e imersa em taxas de analfabetismo superiores a 50%, representava um obstáculo a qualquer que fosse o projeto a ser implantado. O Estado de São Paulo possuía nessa época 43% de analfabetos em sua população e seu sistema escolar elementar não atendia sequer a um terço das crianças".
Adelino Gião e o Jornal O Município
Década de 1930. Mais precisamente, 1931. Um homem valoroso, intrépido mesmo, ousou numa época de imensas taxas de analfabetismo no Estado de São Paulo, o mais desenvolvido do país, fundar um jornal semanal, ao qual deu o nome de "O Município".
A cidade de Chavantes recém formada, contava com 9 anos mas Adelino não se intimidou. Com a coragem dos verdadeiros pioneiros enfrentou obstáculos e o jornal chegou aos lares chavantenses. Em 1934, Adelino publicou em seu jornal uma interessante foto do interior da gráfica:
“O
cliché acima mostra o pessoal de nossas officinas,
que tão carinhosamente
quão
solicitamente se dedicara incansavelmente
na confecção da presente edição.
Vêm-se o nosso gerente e collaborador
Dénys Gião, os
dedicados auxiliares
Victor Abdalla Macul e Werbyh Gião;
os dedicados aprendizes Willy Gião
e
Joaquim Jorge o mascote da casa. O nosso director tambem
tomou parte na pose, o qual entrega um dos autographos ao
gerente do trabalho”. Era edição
especial de homenagem
aos benfeitores da Santa Casa de Misericórdia, no dia
do
aniversário de Cel. Manoel Ferreira
A Família de Gião
Denyh, Fanny, Sylvio M.A.Regalla, Werbyh, Willy, Whitiby, Adelino Gião
o pai, Apocy, o chavantense, Enyh, Aurélia Alves a mãe e Dolly Mathilde.
Não conheci Adelino, que faleceu cedo. Mas conheço e admiro a família que ficou enraizada em Chavantes. Conheço e admiro sua neta Merenice, que permanece entre nós distribuindo carisma e simpatia. Conheço os bisnetos Ricardo e Regina, alunos, filhos e pais exemplares. Gião deve estar feliz e em paz. Deixou como exemplo para nós uma família amorosa, bondosa e atuante, que ama a terra que recebeu e abrigou seus bisavós e avós.
Não conheci Adelino Gião, mas tenho profunda admiração pelo trabalho pioneiro que realizou nesta cidade. Não o pioneirismo daquele que apenas nasceu aqui e sim daquele que vindo de fora, contribuiu para o crescimento de toda a coletividade.
Obrigada Gião. Seu jornal, arquivado no Museu Municipal é, 81 anos após seu lançamento, minha fonte de consulta sobre a história da nossa cidade.
Em 1981, um fato inusitado. Werbyh Gião, filho de Adelino, retornou à cidade com uma missão. Comemorar o cinquentenário de O Município. Durante 1 ano permaneceu entre nós e escreveu sobre Chavantes. São fatos e fotos que aparecerão em "Notícias de Chavantes".
É de Werbyh a matéria abaixo:
Werbyh, o garoto no destaque em 1931 e o Sr. jornalista
em 1981
Uma justa homenagem. Dr Wanor, Leila e Roberto Campos.
9 comentários:
Chavantes teve mais jornal no qual a senhora esqueceu de citar, o Folha da Cidade, no qual registrou momentos importantes em nossa cida, por gentileza consultar o museu do municipio para ter mais informação!
Chavantes teve mais jornal no qual a senhora esqueceu de citar, o Folha da Cidade, no qual registrou momentos importantes em nossa cida, por gentileza consultar o museu do municipio para ter mais informação!
Obrigada anônimo. Terei o maior prazer em comentar sobre o jornal assim q encontrar informações sobre ele. abraço.
Caro Anônimo, vc pode dar uma data do Jornal Folha de Chavantes? No Museu, nada consta sobre ele. Obrigada.
Desculpe. Folha da Cidade.
O o jornal circulou no municipio em 1997, e existe exemplares no proprio museu por gentileza falar com a Diretora resposnsavel pelo museu, sendo o proprietario do referido jornal senhor Sebastião Peres, o mesmo foi o ultimo proprietario do Cine São José e tambem o fundador da primeira radio Fm da cidade de Chavantes
Obrigada anônimo, agora tenho mais dados para procurar. Mas vc ainda não encontrou nada sobre ele porque a minha pesquisa está no início dos anos 1960. Eu chego lá.
Gostaria q vc enviasse no meu email, mais informações sobre o sr Peres para q eu possa colocar no blog.
abraço
Rodrigo Falconi
Mensagem Sou médico e escrevo sobre história de minha cidade, São João da Boa Vista, onde viveu Adelino Gião e gostaria de saber se possuem o contato de algum filho ou neto dele. Desde já agradeço.
Rodrigo Falconi, enviei a resposta no seu e-mail. Obrigada pelo contato.
Postar um comentário