IBC
Aerofoto do IBC devChavantes em 1939/1940
Café no Brasil
Desde sua descoberta, na Abissínia, o café levou cerca de nove
séculos até sua chegada ao Brasil, em 1727. Entrou no país pelo estado
do Pará, trazido da Guiana Francesa pelas mãos do sargento-mor Francisco
de Melo Palheta que, a pretexto de resolver oficialmente questões de
fronteiras, havia sido enviado àquele país para conseguir mudas da
planta. A missão foi difícil, já que naquele país as mudas de café eram
inacessíveis a qualquer estrangeiro.
Inicialmente plantado em Belém do Pará, o café adaptou-se ao solo,
mesmo não tendo um clima tão propício à sua cultura, tanto que, em 1731,
já era cultivado em extensas áreas nos arredores da capital.
Da região Norte, o café foi para o Nordeste, passando pelo Maranhão,
Ceará, Pernambuco e Bahia, até chegar, em 1773, ao Rio de Janeiro.
Expandiu-se pela Serra do Mar, atingindo, em 1825, o Vale do Paraíba,
daí alcançando os estados de São Paulo e Minas Gerais, onde encontrou
condições para o seu desenvolvimento.
O surto e incremento da produção do café foram favorecidos por uma
série de fatores existentes á época da Independência. As culturas do
açúcar e do algodão estavam em crise, batidas no mercado internacional
pela produção das Antilhas e dos EUA; por isso, os fazendeiros
precisavam encontrar outro produto de fácil colocação no mercado
internacional. Além disso, a decadência da mineração libertou
mão-de-obra e recursos financeiros na região Centro-Sul (Minas Gerais e
Rio de Janeiro, principalmente) que podiam ser aplicados em atividades
mais lucrativas. Em nível internacional, a produção brasileira foi
favorecida pelo colapso dos cafezais de Java (devido a uma praga) e do
Haiti (devido aos levantes de escravos e á revolução que tornou o pais
independente). Outros fatores decisivos foram a estabilização do
comércio internacional depois das guerras napoleónicas (Tratado de
Versalhes, 1815) e a expansão da demanda europeia e americana por uma
bebida barata.
Pelos idos de 1830, o café transformara-se no principal produto de
exportação, ultrapassando o algodão e o açúcar e, em 1845, o Brasil já
era responsável por 45% das exportações mundiais do produto.
Com a crise de 1929, decorrente da quebra da Bolsa de Nova Iorque,
ocorreu uma desestabilização no mercado interno. Os financiamentos junto
aos bancos estrangeiros foram interrompidos; os preços despencaram,
levando o setor para uma enorme crise. Na década de 1930, houve uma
derrocada da lavoura e a queima de 80 milhões de sacas.
Em virtude de sua importância nas exportações brasileiras, em 1931,
foi criado o Conselho Nacional do Café (CNC) que, em 1933, foi
substituído pelo Departamento Nacional de Café (DNC), autarquia federal
subordinada ao Ministério da Fazenda, que controlou o setor até 1946,
quando foi extinto. Em 1952, foi criado o Instituto Brasileiro do Café
(IBC), formado principalmente por cafeicultores e que definiu as
diretrizes da política cafeeira até 1989. Para dirigir a política
cafeeira no país após a extinção do IBC, foi criado, em 1996, pelo
Governo Federal, o Conselho Deliberativo da Política do Café, vinculado
ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que atua até os
dias de hoje.Foto ENFA
O Instituto Brasileiro do Café, com sigla IBC, foi uma entidade, formada principalmente por produtores de café, que definia as políticas agrícolas do produto no Brasil entre os anos 1952 e 1989, quando foi extinta.
A entidade foi sucessora do Departamento Nacional do Café, organismo governamental, que funcionou até 1946. Com o fim do IBC o Governo do Brasil voltou a gerenciar o setor, com a criação, em 1996, do Conselho Deliberativo de Política do Café.
Seu símbolo era bastante difundido no Brasil e no exterior, sobretudo porque como patrocinadora oficial da Seleção Brasileira de Futebol, o time trazia na sua farda, e depois no proprio escudo, a logomarca do IBC, entre os anos de 1979 e 1983.
IBC anos de 1980 - Foto do acervo
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