"A fábrica era chamada "Fábrica de
Bebidas Brasil". Era muito simples e ficava na Rua Cel. Manoel ferreira
144, em Chavantes. Funcionava num prédio não muito
grande. Ali, havia uma entrada para o caminhão, que trazia a palha para o
fornalha, usada para esquentar a caldeira. Era com essa água quente que se lavavam as
garrafas.
Era uma máquina muito estranha: havia uma abertura
onde ficavam 3 moças. A da direita colocava as garrafas de boca para
baixo, sujas, como numa esteira que girava levando-as para dentro onde
eram lavadas. Daí, elas saiam do outro lado da máquina, todas limpinhas e iam para o engradado e em seguida para o enxaguatório que era um tanque
onde as garrafas recebiam água limpa por dentro e depois eram
encaminhadas para o xaropeador, onde o xarope era dosado dentro da
garrafa: mais ou menos 3 dedos; depois para o engarrafador que
colocava o gás, a água e a tampinha. Os engradados com a bebida já
tampada, iam para uma mesa, onde eram revisadas uma a uma,
para ver se não tinham nenhuma sujeira, rotuladas, colocadas
novamente no engradado e assim todas as bebidas iam para o
depósito. O depósito era um quarto maior e mais escuro, onde ela
"descansavam".
Esse processo era feito com o guaraná, com a sodinha, e a
tubaína e, por um tempo pequeno, com a laranja.
O mais importante na
fábrica era esse XAROPE, que a minha mãe fazia com açúçar puro e clara
de ovo. Parecia uma "calda de bala grossa" e nessa calda a minha
mãe colocava as essências de acordo com a bebida.
Era
tudo muito manual e artesanal. Nós engarrafavamos pinga
também. Haviam 2 tonéis enormes, lotados de pinga, que vinha do
alambique do meu tio Paschoal.
O engarrafamento da pinga era mais
fácil: ela saia do tonel, passava por um "coador" GIGANTE e era
destribuída por uma pequena máquina que enchia mais ou menos uns 6
litros. Quando estava cheio, tirava e colocava um vazio para encher de
novo. A pinga era tampada com rolha de cortiça, revisada e
rotulada. Havia a pinga Gatinho, Pinga Pavão, Pinga Caninha da Serra e
Pinga Bicudinho. A cola para rotular era feita em casa.
Era tudo
muito bonito, simples e puro".
Sandra Gnaspini Iori. Interessante como podemos "ver" a fábrica na descrição da Sandra Gnaspini Iori.
Um comentário:
Minha mãe conta que ela ia lá,levava uma garrafa vazia e eles enchiam com refrigerantes.
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