Ponte Pênsil
``Se você se sente só, é porque ergueu muros
em vez de pontes´´. William Shakespeare
Foto encontrada no site de Ribeirão Claro.
Pertence ao Museu de Chavantes
PORTO E PONTE PÊNSIL DO HERMIDÃO:
Pesquisando nos antigos jornais O Município, encontrei muitas referências ao Porto e Ponte do Hermidão.
Como já havia na época o conhecido porto que foi o lugar escolhido para a construção da Ponte Pênsil, a população a denominava de Ponte Pênsil do Hermidão.
Somente mais tarde, ficou conhecida como Ponte Pênsil de Chavantes, na realidade Ponte Pênsil Alves Lima.
Artigo publicado no jornal O Município, em 09 de novembro de 1935. Arquivo do Museu Municipal.
Artigo publicado no jornal O Município, em 09 de novembro de 1935. Arquivo do Museu Municipal.
PONTE PÊNSIL ALVES LIMA:
O primeiro projeto da Ponte Pênsil, que foi construída
com a supervisão do engenheiro Celso Valle, era constituída por dois
tramos de madeira em treliça Howe, dois tramos também de madeira em vigas
simples e um tramo pênsil de 80m para transposição do canal.
Passou por algumas restaurações, que infelizmente não
respeitaram o projeto inicial, modificando assim características da primeira
Ponte Pênsil construída.
Foto do site de Ribeirão Claro
Muitas Histórias, todas interessantes:
1: A Ponte Pênsil de Chavantes encontra-se em
processo de restauração, executado pela empresa CBA - Companhia Brasileira
de Alumínio. A restauração é uma obrigação da empresa como condicionante
para licenciamento ambiental para operação da Usina de Ourinhos. A restauração
tem previsão de conclusão para o segundo semestre de 2010. As obras foram iniciadas há alguns anos, após audiência realizada na
Procuradoria da República de Ourinhos, com a participação de representantes
das prefeituras de Chavantes e Ribeirão Claro, além da Promotoria de
Justiça de Chavantes, Procuradoria da República e representantes da CBA. O
processo de restauração foi suspenso no final do ano de 2008, início de 2009,
em decorrência da crise econômica mundial. Agora, com a retomada das obras de
restauração, espera-se a conclusão e a abertura para visitação do importante
ponto turístico e histórico, de nossa região.
Localização: Estrada Municipal Chavantes-Ribeirão
Claro sobre o Rio Paranapanema.
Número do Processo: 24173/85.
Resolução de Tombamento: Resolução 65 de 02/12/1985.
Publicação do Diário Oficial
Número do Processo: 24173/85.
Resolução de Tombamento: Resolução 65 de 02/12/1985.
Publicação do Diário Oficial
2:
Livro do Tombo Histórico: inscrição nº 247, p. 66, 22/01/1987
A ponte pênsil que transpõe o Rio Paranapanema foi construída pelo engenheiro Celso Valle no início deste século. Apresentava dois vãos vencidos por vigas de madeira, tipo Howe, e outros dois, por vigas simples, também de madeira. O canal, com um vão de 80 m aproximadamente, foi transposto por uma estrutura pênsil. Durante a Revolta Tenentista, em 1924, a ponte foi bastante danificada e, no ano seguinte, reconstruída sob a administração de Antônio Alves de Lima. Com a revolução de 1930, as forças legais dinamitaram as torres de sustentação da estrutura pênsil, destruindo-as e danificando o restante da estrutura. Em meados de 1934, a diretoria da Secretaria de Viação e Obras Públicas do Estado contratou a Companhia Construtora Nacional S. A. para recuperá-la.
Fonte Alarico O. de Mattos e Guilherme Lebeis
A ponte pênsil que transpõe o Rio Paranapanema foi construída pelo engenheiro Celso Valle no início deste século. Apresentava dois vãos vencidos por vigas de madeira, tipo Howe, e outros dois, por vigas simples, também de madeira. O canal, com um vão de 80 m aproximadamente, foi transposto por uma estrutura pênsil. Durante a Revolta Tenentista, em 1924, a ponte foi bastante danificada e, no ano seguinte, reconstruída sob a administração de Antônio Alves de Lima. Com a revolução de 1930, as forças legais dinamitaram as torres de sustentação da estrutura pênsil, destruindo-as e danificando o restante da estrutura. Em meados de 1934, a diretoria da Secretaria de Viação e Obras Públicas do Estado contratou a Companhia Construtora Nacional S. A. para recuperá-la.
Fonte Alarico O. de Mattos e Guilherme Lebeis
3: PONTE PÊNSIL ALVES LIMA
É a ponte que permite a ligação entre Ribeirão Claro (PR) e
Chavantes (SP). É uma das três pontes
pênseis construídas no Brasil: Hercílio Luz, em Florianópolis, que tem toda a
sua estrutura de ferro, a qual foi recentemente interditada para qualquer tipo
de tráfego, uma vez que sua estrutura está comprometida devido à corrosão, não
oferecendo nenhuma segurança. A outra, por sinal a mais antiga (inaugurada em
1914), situada em São Vicente, permitiu a ocupação e o desenvolvimento de Praia
Grande e demais localidades do litoral sul de São Paulo.
Por que o nome Ponte Pênsil? Chama-se ponte pênsil aquela cujo tabuleiro é sustentado por cabos ancorados. Coincidentemente hoje as três pontes são bens tombados, visando assegurar a sua preservação. Também as três assistiram à construção de novas pontes nas suas proximidades, mais modernas, visando desafogar a grande demanda de tráfego que elas mesmas ajudaram a promover.
Por que o nome Ponte Pênsil? Chama-se ponte pênsil aquela cujo tabuleiro é sustentado por cabos ancorados. Coincidentemente hoje as três pontes são bens tombados, visando assegurar a sua preservação. Também as três assistiram à construção de novas pontes nas suas proximidades, mais modernas, visando desafogar a grande demanda de tráfego que elas mesmas ajudaram a promover.
O Norte Pioneiro foi colonizado através de uma ocupação
espontânea de levas de paulistas e mineiros, trazendo a cultura do café para o
Paraná. A transposição dos rios, como o Paranapanema, representou uma
dificuldade a mais, principalmente na hora de escoar a produção. Meios de
transporte precários e a inexistência de estradas eram o tormento daqueles que
se estabeleceram nas novas terras que, se por um lado eram dadivosas, por outro
dificultavam a transferência de suas riquezas para os centros consumidores.
De início a transposição do rio Paranapanema era feita por balsa, que, além das dificuldades do transporte, não oferecia condições de segurança. Aumentando a produção cafeeira, os fazendeiros da região se movimentaram para superar as dificuldades, construindo uma estrada de ferro.
A construção de uma ponte ligando Ribeirão Claro a Chavantes ocorreu no início dos anos 20, tendo à frente Manoel Antônio Alves Lima, proprietário da fazenda Monte Claro, localizada nas proximidades e à margem esquerda da Paranapanema. Com auxílio financeiro do município de Ribeirão Claro, a ponte foi construída dentro dos planos de ligar essa cidade com a Estação Chavantes da Estrada de Ferro Sorocabana. Embora seja mais conhecida como “Ponte Pênsil de Chavantes”, sua denominação oficial é Ponte Alves Lima, em homenagem ao seu construtor.
Bastante estreita para os padrões atuais, ela representou a “salvação da lavoura” na época em que foi construída. Para comprovar a sua importância, a Prefeitura de Ribeirão Claro chegou em 1926 a dar uma ajuda de três contos de réis para a construção da estrada, no Estado de São Paulo, ligando a ponte até Chavantes.
De início a transposição do rio Paranapanema era feita por balsa, que, além das dificuldades do transporte, não oferecia condições de segurança. Aumentando a produção cafeeira, os fazendeiros da região se movimentaram para superar as dificuldades, construindo uma estrada de ferro.
A construção de uma ponte ligando Ribeirão Claro a Chavantes ocorreu no início dos anos 20, tendo à frente Manoel Antônio Alves Lima, proprietário da fazenda Monte Claro, localizada nas proximidades e à margem esquerda da Paranapanema. Com auxílio financeiro do município de Ribeirão Claro, a ponte foi construída dentro dos planos de ligar essa cidade com a Estação Chavantes da Estrada de Ferro Sorocabana. Embora seja mais conhecida como “Ponte Pênsil de Chavantes”, sua denominação oficial é Ponte Alves Lima, em homenagem ao seu construtor.
Bastante estreita para os padrões atuais, ela representou a “salvação da lavoura” na época em que foi construída. Para comprovar a sua importância, a Prefeitura de Ribeirão Claro chegou em 1926 a dar uma ajuda de três contos de réis para a construção da estrada, no Estado de São Paulo, ligando a ponte até Chavantes.
A ponte Alves Lima foi vítima de três fatalidades. Sua
importância estratégica fez com que ela fosse abatida nas duas primeiras, tendo
sucumbido pela terceira vez devido às forças da natureza. Foi destruída pela
primeira vez em 1924, durante a Revolução Paulista, quando as tropas do capitão
Alberto Costa invadiram a cidade de Chavantes. Laura Garrido, atualmente
residente em Ribeirão Claro, lembra perfeitamente do fato: “Correu notícia na
cidade de que a ponte estava queimando e viemos ver. Meus pais me trouxeram.
Havia muita gente. Chegamos a tempo de ver as vigas caindo na água. Eu era
pequena e sentia dó de tudo que estava acontecendo com nossa ponte”. Terminado
o conflito, as obras de reconstrução foram iniciadas, terminando em 1928.
Novo confronto armado destruiu, desta vez com dinamite, a “ponte da esperança”. Foi durante a Revolução Constitucionalista de 1932. Tropas gaúchas ficaram aquarteladas em Ribeirão Claro, requisitando alimentos da população. Pessoas como Manoel Pereira Garrido, dono de uma padaria, armazém e posto de gasolina, chegavam à falência, pois eram obrigados a prover a manutenção dos invasores. Forçados pelos gaúchos, os revolucionários paulistas recuaram e dinamitaram a ponte para impedir a passagem dos sulistas. O governo paulista só veio a reerguê-la em 1936. A terceira tragédia aconteceu em junho de 1983, vitimada pela maior enchente de que se tem notícia na região. Mas ela foi recuperada dois anos depois.
Na realidade ela é uma ponte mista: dos seus 164 m, apenas 82,5 m formam a parte pênsil, com 4,10 m de largura e 2,88 m livres na altura, o que só permite a passagem de veículos de pequeno porte. Uma placa, gravada em letras de chumbo, ilustra bem a trajetória histórica da única ponte pênsil do Paraná: “Em 1924 e 1932 revoluções armadas destruíram esta ponte. Em 1983 uma grande enchente a destruiu. Toda vez que um mal destruir um bem ele será reconstruído, para que não morra no coração dos homens a esperança. Jovens de Chavantes, 1985.”
Para o coroamento de sua história, através da resolução n.º 65, de 2/3/85 a ponte foi tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo.
Novo confronto armado destruiu, desta vez com dinamite, a “ponte da esperança”. Foi durante a Revolução Constitucionalista de 1932. Tropas gaúchas ficaram aquarteladas em Ribeirão Claro, requisitando alimentos da população. Pessoas como Manoel Pereira Garrido, dono de uma padaria, armazém e posto de gasolina, chegavam à falência, pois eram obrigados a prover a manutenção dos invasores. Forçados pelos gaúchos, os revolucionários paulistas recuaram e dinamitaram a ponte para impedir a passagem dos sulistas. O governo paulista só veio a reerguê-la em 1936. A terceira tragédia aconteceu em junho de 1983, vitimada pela maior enchente de que se tem notícia na região. Mas ela foi recuperada dois anos depois.
Na realidade ela é uma ponte mista: dos seus 164 m, apenas 82,5 m formam a parte pênsil, com 4,10 m de largura e 2,88 m livres na altura, o que só permite a passagem de veículos de pequeno porte. Uma placa, gravada em letras de chumbo, ilustra bem a trajetória histórica da única ponte pênsil do Paraná: “Em 1924 e 1932 revoluções armadas destruíram esta ponte. Em 1983 uma grande enchente a destruiu. Toda vez que um mal destruir um bem ele será reconstruído, para que não morra no coração dos homens a esperança. Jovens de Chavantes, 1985.”
Para o coroamento de sua história, através da resolução n.º 65, de 2/3/85 a ponte foi tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo.
4: PATRIMÔNIO HISTÓRICO - Uma ponte três vezes destruída
Localizada
entre os municípios de Ribeirão Claro, no Nordeste do Paraná, e a cidade
paulista de Chavantes, a ponte pênsil Alves Lima faz parte do que se considera
uma raridade arquitetônica. O Brasil tem apenas mais dois exemplares desse tipo
de ponte, a Hercílio Luz, em Florianópolis (SC), e a de São Vicente (SP).
Apesar disso, a Alves Lima não ganhou a fama merecida. A ponte, cujos cabos
ancorados sustentam o que a lei da gravidade derrubaria, chegou a ser
interditada em 2006 por falta de manutenção, até que uma restauração, que durou
dois anos, permitirá que ela seja entregue em dez dias, desta vez somente para
pedestres. Pisar nas tábuas recuperadas é uma grande chance de entender porque
uma obra que desafia a engenharia foi parar no interior do Paraná e de São
Paulo. A produção cafeeira ia de vento em popa no Norte do nosso estado na
década de 1920, mas enfrentava uma dificuldade: escoar a safra até o porto de
Santos. No meio do caminho havia um rio, o Paranapanema, vencido apenas com
balsas. Agilizar o escoamento e torná-lo mais seguro era a ordem do dia, por
isso o proprietário de uma das maiores fazendas cafeeiras que o Paraná teve, a
Monte Claro, resolveu juntar forças com as prefeituras e erguer a ponte que
levou o seu nome, Manoel Antônio Alves Lima. Ela ficou pronta no início da
década de 1920 e ligou a cidade de Ribeirão Claro à Estação Chavantes da Estrada
de Ferro de Sorocaba (SP). Ficou conhecida, no período de ouro do café, como “a
ponte da salvação da lavoura”. Os momentos de glória acabaram quando São Paulo
teve duas importantes revoluções que, em momentos diferentes da história,
levaram parte da ponte de madeira abaixo.
Em
1924, os paulistas se revoltaram para tentar obrigar o então presidente Artur Bernardes
a renunciar. “Os tenentes, responsáveis pela revolta, buscaram apoio em outros
estados, como o Amazonas e o Rio Grande do Sul. No primeiro dia conseguiram
expulsar o governador da capital, mas não reuniram forças suficientes para
resistir às tropas leais ao governo federal”, afirma o historiador da
Universidade Estadual de Londrina (UEL) Jozimar Paes de Almeida. Enfraquecidos,
os revoltosos se refugiaram em Foz do Iguaçu. “No trajeto da fuga, uma das
hipóteses é a de que eles buscaram retardar a perseguição das tropas
legalistas. Por isso, depois que passaram a fronteira, queimaram a ponte [em
1924]”, explica Almeida.
Jozimar Paes de Almeida
5: O CASO:
A
ponte foi reerguida em 1928, mas durou pouco. Passados quatro anos, outra
revolução, a Constitucionalista (1932) derrubou novamente a Alves Lima. O Presidente
Getúlio Vargas decidiu extinguir o Congresso Nacional após desdobramentos da
crise da bolsa de Nova York, em 1929, e nomeou um interventor para o governo
de São Paulo. A oligarquia paulista, capitaneada pelos cafeicultores,
enfrentava uma crise econômica e pediu para o governo federal convocar uma
constituinte.
Sem
sucesso, eles decidiram começar uma luta armada, mas se viram atacados em
várias frentes por forças que apoiavam Vargas. Em 1932, tropas gaúchas
(legalistas de Vargas) se reuniram em Ribeirão Claro para atacar os paulistas.
“Os revoltosos, ao saberem que os gaúchos estavam aquartelados em Ribeirão
Claro, recuaram e dinamitaram a ponte Alves Lima para retardar o avanço das
tropas”, diz Almeida. A ponte só foi reerguida em 1936.
Uma
nova tragédia, porém, derrubou a ponte pela terceira vez. Foi em 1983, quando a
região assistiu à maior enchente de que se teve notícia. A obra foi recuperada
novamente dois anos depois e continuou funcionando até 2006 – no meio do
caminho chegou a ser queimada em um ato de vandalismo, mas os ribeirinhos
conseguiram controlar as chamas. Teve de ser interditada por causa da falta de
manutenção, mas agora, com o restauro, volta a dar os ares de sua graça.
Matéria e fotos publicadas no jornal
Gazeta do Povo – Professor Samuka (Samuel V. N. de Araújo).
A foto abaixo é da cerimônia de reinauguração da Ponte, após ser derrubada em 1932
Reinauguração da Ponte. Foto encontrada no
site de Ribeirão Claro
Foto do Museu Municipal encontrada no site de Ribeirão Claro
Foto encontrada em pesquisa na internet. Deconheço o autor.
Fotos publicadas na Gazeta do Povo.
Foto de Mario e Fabricio Lima.
A água do rio Paranapanema quase atingindo a ponte.
Imagem impressionante da enchente do rio Paranapanema em1983
Reinauguração da Ponte, após a inundação de 1983
Administração Leonildo Vidal
Foto do acervo pessoal de Leonildo Vidal.
Administração Leonildo Vidal
Foto do acervo pessoal de Leonildo Vidal.
Frase criada por Jayme Luiz Cadamuro
Foto de José Reynaldo da Fonseca.
6: A Reforma:
Estado firma acordo para restauração da ponte de Chavantes. Convenio de recuperação foi assinado pelo governador José Serra nesta
sexta-feira, 9, em Assis. Uma construção
histórica que liga os Estados de São Paulo e Paraná ganhou o aval para
restauração nesta sexta-feira, 9, em Assis. O governador José Serra assinou
convênio para recuperação da ponte sobre o rio Paranapanema, resgatando do
abandono uma obra construída em 1918 e que só encontra duas outras com
arquitetura semelhante no país. A Ponte Pênsil Alves de Lima liga os municípios
de Chavantes (SP) e Ribeirão Claro (PR) e é tombada como patrimônio histórico
tanto pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico
e Artístico do Estado de São Paulo) como pela CPC (Coordenadoria do Patrimônio
Cultural do Paraná). A ponte está restrita ao uso dos pedestres e requer
reformas no tabuleiro de madeira, além de reparos de falhas nos elementos de
concreto, troca de elementos metálicos e pintura. As obras de reparo serão feitas
pela empresa CBA (Companhia Brasileira de Alumínio). Ela ganhou a obrigação
como medida mitigatória imposta pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente) em função da operação de uma hidrelétrica em Ourinhos. A companhia já
construiu uma ponte para o trânsito de veículos nas proximidades da ponte
pênsil. (Manoel Schlindwein)
7- ESTUDO DO PROCESSO DE RESTAURO DAS VIGAS
TRANSVERSINAS DE MADEIRA DO TRAMO PÊNSIL DA PONTE ALVES LIMA
Daniel de Traglia
Amancio (FEAT/UNIMAR)
Dr. Lívio Túlio Baraldi (Orientador
– FEAT/UNIMAR)
RESUMO: “Este artigo tem por objetivo apresentar os resultados da
pesquisa realizada sobre a recuperação das vigas transversinas de madeira
(Itaúba – Mezilaurus sp., Lauraceae)
do tramo pênsil da Ponte Alves Lima (Ponte Pênsil de Chavantes), localizada
sobre o Rio Paranapanema entre os municípios de Chavantes – SP e Ribeirão Claro
– PR. No início do trabalho de restauro, realizou-se uma avaliação das
anomalias encontradas nas vigas transversinas, a fim de estabelecer os métodos
de restauro que deveriam ser adotados. A recuperação da Ponte Alves de Lima foi
baseada nos resultados de ensaios, verificações de elementos estruturais,
conclusões e recomendações apresentadas pelo Relatório Técnico nº 68 114, do
Instituto de Pesquisas Tecnológicas - IPT. Segundo dados apresentados pelo
Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo – DER/SP, é pequena
a quantidade de pontes de madeira no estado se comparada ao número de pontes de
concreto. Apesar da versatilidade da madeira, sua utilização, em muitos casos,
não ocorre por não serem plenamente conhecidas as suas propriedades e
desempenho em diferentes situações de uso.
PALAVRAS-CHAVE: viga transversina
de madeira; anomalia; restauro.
INTRODUÇÃO: Considerada patrimônio
histórico, a Ponte Alves de Lima foi tombada pelos estados de São Paulo
(processo de tombamento n.º 24173/85 - CONDEPHAAT)
e Paraná (processo de tombamento n.º 05/2000 – CEPHA) por representar um dos pouco marcos históricos da Revolução
de 1930 e também por historicizar a capacidade técnica da engenharia brasileira
no início do século XX.
O sistema estrutural da
construção de Ponte Pênsil é pouco difundido no Brasil, segundo o DER há apenas
quatro pontes Pênseis implantadas por todo o território brasileiro. Além disso,
é a única ponte pênsil com laterais e pisos de madeira. Desta forma, realizar
um estudo do processo de restauro dos elementos de madeira que a compõem, no
caso as vigas transversinas, forneceria informações para o desenvolvimento de
novos projetos e técnicas de restauro de estruturas de madeira, bem como
pesquisas científicas existentes na área. O processo de restauro das vigas
transversinas de madeira, que encontravam-se em péssimo estado de conservação
devido à presença de cupins-arborícolas e a falta de manutenção, obedeceu aos
critérios recomendados pela Carta de Veneza, documento elaborado pelo Centro
Internacional de Estudos para a Conservação e Restauração dos Bens Culturais.
Tal documento prima pela mínima intervenção, fazendo uso de materiais
compatíveis na hipótese de extrema necessidade de substituição, sendo que os
elementos utilizados na reposição de peças faltantes ou danificadas
(parcialmente ou plenamente) devem interagir-se de forma precisa ao conjunto,
diferenciando-se dos elementos originais, de tal forma que o restauro realizado
não falsifique o patrimônio histórico.
METODOLOGIA: Os métodos empregados
neste trabalho são oriundos de dois tipos de pesquisa: a bibliográfica e a descritiva. No caso da pesquisa bibliográfica,
foi desenvolvido um estudo das teorias sobre madeira (definição, resistência,
rigidez e influência da espécie), construção de pontes de madeira (estrutura e
viabilidade) e processo de restauro (normas a serem seguidas e procedimentos
para intervenções).
No que diz
respeito ao estudo de madeira, as bases teóricas usadas são as seguintes: Anatomia da madeira, de Luzia Maria
Burger e Hans Georg Richter; Qualificação
de produtos de madeira para a construção civil, de Geraldo José Zenid; Ficha de características das madeiras
brasileiras, de Calvino Mainieri e João Peres Chimelo; Madeira: uso sustentável na construção civil, obra elaborada pelo
IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas em conjunto com o SindusCon/SP –
Sindicato da Industria da Construção Civil do Estado de São Paulo e a
Secretária do Verde e do Meio Ambiente do Município de São Paulo; e Preservação da madeira, da ABIMCI –
Associação Brasileira da Industria da Madeira Processada Mecanicamente.
Com
relação ao embasamento teórico sobre construção de pontes de madeira, foi
necessário a leitura das obras: Dimensionamento
de elementos estruturais de madeira,
de Carlito Calil Junior, Francisco Antônio Rocco Lahr e Antônio Alves Dias; Manual de projetos e construção de pontes
de madeira, do LaMEM – Laboratório de Madeiras e de Estruturas de Madeira
da Escola de Engenharia de São Carlos – Universidade de São Paulo; NBR:7190 – Projeto de estrutura de madeira,
da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas; NBR:7188 – Cargas móvel em ponte rodoviária e passarela de pedestre,
da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas; e Timber Bridges: Design, Construction, Inspection and Maintenance,
de Michael Ritter; e Manual de projeto
de obras-de-arte especiais, do DNER – Departamento Nacional de Estradas de
Rodagem.
Para a pesquisa descritiva,
utilizou-se como principal instrumento a coleta de dados, em específico a
observação através do acompanhamento diário do processo de restauro das vigas
transversinas de madeira (Itaúba – Mezilaurus
sp., Lauraceae) do tramo pênsil da Ponte Alves de Lima, através de
relatórios fotográficos e diário de obra. O referencial teórico para esse
momento do trabalho foi composto das seguintes obras: Relatório Técnico nº 68114 – Apoio tecnológico para recuperação da
ponte Alves de Lima, do IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas; Pontes brasileiras, de Augusto Carlos
de Vasconcelos; Carta de Veneza,
documento elaborado pelo Centro Internacional de Estudos para a Conservação e
Restauração dos Bens Culturais; Aspectos
críticos em obras de restauração arquitetônica no estado: a experiência do
arquiteto Edegar Bittencourt da Luz, de Débora Regina Magalhães da Costa; Teoria da restauração, Cesare Brandi; Manual de elaboração de projetos de
preservação do patrimônio cultural, do Ministério da Cultura do Brasil; e Resistência ao intemperismo artificial de
cinco madeiras tropicais e de dois produtos de acabamento, de autoria de
Janine Oliveira e Silva, Tereza Cristina Monteiro Pastore e Floriano Pastore
Júnior.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
1. Histórico e descrição da Ponte:
A construção da ponte Alves Lima,
ligando Ribeirão Claro – PR a Chavantes – SP, ocorreu no inicio dos anos 20, em especifico no ano de 1918,
tendo como principal idealizador o
proprietário da fazenda Monte Carlo, Manoel Antonio Alves Lima, localizada
nas proximidades do rio Paranapanema. O fazendeiro Alves Lima também era
proprietário da firma “Alves Lima e Cia”, dedicada ao comércio e exportação de
café. Ciente da necessidade de expansão de suas propriedades, Alves Lima
encomendou estudos sobre a construção de uma ponte que facilitasse a travessia
do rio Paranapanema. Devido a razões econômicas e às características locais,
optou-se por construir uma ponte metade pênsil e metade fixa, com tecnologia
inglesa. Contando com a preciosa ajuda financeira do município de Ribeirão
Claro, o intuito era favorecer uma ligação entre a Estação Chavantes da Estrada
de Ferro Sorocabana com a cidade de Ribeirão Claro. A ponte Alves Lima foi
construída, segundo Vasconcelos (1993, p.48), pelo engenheiro Celso Valle e
inaugurada no dia 04 de dezembro de 1920. Ela apresentava dois vãos vencidos
por treliças de madeira tipo Howe,
outros dois vencidos por vigas simples, também de madeira e, finalmente, o
canal, com vão que media aproximadamente 80m, transposto por uma estrutura
pênsil. “A construção da ponte foi iniciada em
12/11/1918 e inaugurada em 04/12/1920, sendo que, originalmente, era composta
por dois tramos em treliças de madeira tipo “Howe”, dois tramos com vigas de
madeira simples e um tramo pênsil, também de madeira.” (IPT – RT 68114, 2004,
p. 3/12)
Contando com uma extensão de
164m, sendo 82,5m no setor pênsil e 81,5m no setor não pênsil, com largura
total de 4,10m e 2,88m de vão livre, está apoiada por seis pilares de concreto,
suspensa e mantida por 14 cabos de aço apoiados em duas torres de concreto
armado, com 18m de altura. Os cabos são ancorados diretamente na rocha do lado
do Paraná, e do lado de São Paulo descem da torre até o rio, onde a rocha
aflora, com grande inclinação (38,5º), em poços furados na própria rocha com
proteção até o nível da enchente máxima por maciço de concreto ciclópico, que
também serve de ancoragem (amarração) dos cabos horizontais de contraventamento
do estrado.
Cabos de contraventamento
parabólicos foram amarrados a um poste de concreto armado, construído em poço
aberto no chão. A inclinação dos cabos é de 15º e os mesmos penetram em poço
aberto na rocha. Estes passam por baixo do estrado e em cavaletes horizontais
de concreto armado.
2. Processo de restauro das vigas
transversinas de madeira do tramo pênsil da ponte Alves Lima.
O tramo pensil da ponte possui 38
vigas transversinas, compostas por duas peças de madeira da espécie Itaúba – Mezilaurus sp., Lauraceae, nas seguintes
dimensões:
Dimensões da peças da viga transversina
do tramo pênsil:
Superior: Largura 250mm/ Espessura 240mm/ Comprimento
6300mm.
Inferior: Largura 250mm/ Espessura 240mm/ Comprimento
6300mm.
2.1 Anomalias observadas
As anomalias observadas nas vigas
transversinas de madeira durante as inspeções iniciais do processo de restauro
foram as seguinte:
·
Diversas peças superiores das vigas fletidas nas
extremidades;
·
Diversas peças com ruptura por cisalhamento
entre as placas metálicas;
· Algumas peças com fissuras devidas provavelmente
à compressão e com rachadura ao longo da
medula;
·
Rachaduras nas extremidades por secagem ou
tensões internas;
·
Deterioração por fungos apodrecedores;
·
Deterioração por cupim de solo.
2.2 Ações de restauro
Durante o processo de restauro
das vigas transversinas de madeira, foram realizados os seguintes procedimentos
de recuperação:
- Determinação visual e mecânica dos locais a serem recuperados, peça por peça;
- Retirada dos locais com apodrecimento superficial das peças;
- Içamento das peças de madeira que compõe a viga transversina;
- Retirada e recuperação dos tarugos metálicos;
- Limpeza das superfícies de contato entre as peça superior e inferior da viga transversina;
- Colagem das peças de madeira;
- Colmatação das trincas, utilizando massa epóxi;
- Substituição de trechos apodrecidos por novas peças de madeira;
- Lixamento da superfície para alcançar a planicidade da peça de madeira
- Reforço superficial, com massa epóxi, do local nas vigas transversinas onde se apóiam as treliças de rigidez da ponte;
- Aplicação de inseticida.
2.2.1 Imagens do processo de
restauro das vigas transversinas de madeira:
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Considerando as informações
apresentadas ao longo do artigo, conclui-se que as anomalias observadas nas
vigas transversinas de madeira do tramo pênsil da Ponte Alves Lima consistiam
em: vigas fletidas nas extremidades, peças com ruptura por cisalhamento entre
as placas metálicas, peças com fissuras resultantes provavelmente de compressão
e com rachadura ao longo da medula, rachaduras nas extremidades por secagem ou tensões
internas e deterioração por fungos apodrecedores e cupim-de-solo. Tais
anomalias foram causadas por diversos fatores, dentre os quais os principais
são: transito de veículos com sobrecarga excessiva, intempéries do local (como
é o caso da alta umidade do ambiente devido á presença do rio), incidência de
insetos xilófagos (cupins e fungos) na região e, principalmente, falta de
manutenções periódicas previstas para qualquer estrutura de madeira.
Essas anomalias observadas nas
vigas transversinas de madeira comprometiam a segurança do tráfego de veículos
e pedestres, devido principalmente à existência de elementos rompidos ou
excessivamente deteriorados.
De maneira geral, todas as vigas
transversinas de madeira do tramo pênsil da Ponte Alves Lima precisaram passar
pelo processo de restauro. Sendo assim, após determinação visual e mecânica dos
locais a serem recuperados, peça por peça, iniciou-se o restauro. Primeiramente
ocorreu a retirada das peças com apodrecimento superficial, seguida do içamento
das peças de madeira que compõe a viga transversina e a retirada e recuperação
dos tarugos metálicos. Depois foi o momento da limpeza das superfícies de
contato entre as peças superiores e inferiores da viga transversina.
Todas as peças de madeira foram
coladas para aumentar a resistência da viga ao cisalhamento, sendo que as
trincas passaram por um processo de colmatação, utilizando massa epóxi a fim de
impedir a absorção de água e entrada de insetos. Já as peças que estavam em um
estágio avançado de apodrecimento, optou-se pela troca dos locais apodrecidos
por novas peças de madeira. Em seguida, realizou-se o lixamento da superfície
para alcançar a planicidade das peças.
Por fim, foi aplicada uma camada
de massa epóxi nas vigas transversinas onde se apóiam as treliças de rigidez da
ponte, seguida pela aplicação de inseticida para combater e prevenir os insetos
xilófagos (cupins e fungos) da região.
Finalizando, é importante dizer
que todo o processo de restauro da Ponte Pênsil Alves Lima obedeceu aos critérios
recomendados pela Carta de Veneza, documento elaborado pelo Centro
Internacional de Estudos para a Conservação e Restauração dos Bens Culturais, o
que fez com que todas as medidas adotadas durante as ações de restauro primassem
pela mínima intervenção”.
A Entrega:Prevista para ser
concluída em março do próximo ano, a obra vai recuperar o pavimento da ponte,
construído em madeira de lei, e os cabos de aço que sustentam uma estrutura de
mais de 50 toneladas de ferro e concreto. Segundo o projeto, a passagem ficará
com a mesma aparência da época de sua inauguração. Depois de pronta a ponte
será utilizada apenas por pedestres.
“Foi realizado um minucioso mapeamento de toda a estrutura para que a
restauração seja a mais fiel possível”, explica o gerente de Meio Ambiente da
Companhia, Luis Alexandre Campos. De acordo com ele, o projeto também prevê a
construção de uma ampla área de lazer próxima à estrutura para atender aos
turistas. (publicado
na Gazeta do Povo)
8: A Ponte está
restaurada
Foto de Danilo Dolci
9: Projeto de Iluminação de Ponte Pênsil Alves Lima:
Imagem do site da Prefeitura de Ribeirão Claro
Os prefeitos, Geraldo Maurício
Araújo (de Ribeirão Claro) e Ana Alonso (de Chavantes) enviaram aos
Governadores de seus respectivos estados, uma proposta de iluminação da Ponte
Pênsil Alves Lima. A idéia é captar recursos dos dois estados, em um esforço
conjunto para transformar a ponte em um dos atrativos turísticos dos
municípios. A união dos dois estados ligados pela ponte, deve se estender a
outros aspectos como segurança e manutenção do local. A
construção de um memorial usando a madeira retirada da ponte é outra proposta
para fortalecer o turismo. O local funcionaria como uma espécie de museu com
fotos, utensílios e objetos que fizeram parte da história da ponte construída
em 1919 e destruída na Revolução Paulista de 1924, na Revolução
Constitucionalista de 1932 e novamente em 1983 na maior enchente registrada na região.
Um camping localizado a poucos metros da ponte e a revitalização da rodovia PR
151, no trecho entre Ribeirão Claro e Chavantes completarão as novas opções
oferecidas a turistas e visitantes. A estrada receberá um novo projeto
paisagístico e sinalização com informações turísticas e painéis confeccionados
por artistas. Um posto da Polícia Rodoviária Estadual já foi solicitado e será
responsável por fiscalizar o tráfego na rodovia. (Texto
de Diógenes Gonçalves publicado no jornal Meu Paraná).
AS DUAS PONTES.
Ligação entre Chavantes (SP) e Ribeirão Claro (PR) - foto
do site da Prefeitura Municipal de Chavantes
As Revoltas que danificaram e destruiram a Ponte:
1: Revolta Tenentista de 1924:
A Ponte Pênsil foi destruída pela primeira vez em 1924,
durante a Revolução Paulista, quando as tropas do capitão Alberto Costa
invadiram a cidade de Chavantes. Laura Garrido, atualmente residente em
Ribeirão Claro, lembra perfeitamente do fato: “Correu notícia na cidade de que
a ponte estava queimando e viemos ver. Meus pais me trouxeram. Havia muita
gente. Chegamos a tempo de ver as vigas caindo na água. Eu era pequena e sentia
dó de tudo que estava acontecendo com nossa ponte”. Terminado o conflito, as
obras de reconstrução foram iniciadas, terminando em 1928. (Fonte: http://www.patrimoniocultural.pr.gov.br)
Isidoro Dias Lopes: um dos líderes do levante
tenentista que tomou conta de São Paulo
No dia 5 de julho de 1924, tropas de São Paulo tentaram
promover um movimento de caráter nacional que deveria tomar conta de outras
importantes cidades do país. Entretanto, a rebelião liderada por Isidoro Dias
Lopes conseguiu acender outros focos somente em Mato Grosso, Amazonas, Pará,
Sergipe e Rio Grande do Sul. No estado paulista, a ação tenentista conseguiu
tomar pontos estratégicos da capital e atacar o Palácio dos Campos Elíseos,
sede do governo estadual.
O vigor dos ataques militares obrigou Carlos de Campos, presidente do Estado, a
fugir de São Paulo. A capital se transformou em um verdadeiro palco de guerra,
forçando cerca de 300 mil pessoas a saírem refugiadas. A violência dos
bombardeios deixou várias partes da cidade destruída e a ausência do presidente
estadual transformou o Palácio do Governo em um foco de resistência tenentista.
Entretanto, a falta de apelo popular enfraqueceu o movimento.
Em 10 de julho de 1924, os revoltosos divulgaram um manifesto que exigia a imediata deposição do presidente Artur Bernardes e um conjunto de reformas políticas. De fato, os tenentistas não tinham um projeto de poder claramente definido. Suas críticas giravam em torno da corrupção eleitoral que assolava o país, na instauração do voto secreto e a reforma das instituições de ensino. Sem articular um projeto para as maiorias, defendiam a reintrodução dos militares na vida política nacional.
Não resistindo à superioridade bélica das forças fiéis ao governo federal, os tenentes paulistas decidiriam deslocar o movimento para outra localidade. No dia 27 de julho de 1924, os militares paulistas romperam o cerco dos exércitos situacionistas, alcançando a região norte do Paraná, na fronteira entre o Paraguai e a Argentina. Depois de conquistarem algumas cidades paranaenses e catarinenses, esses militares decidiram se unir aos militares da Coluna Gaúcha liderada por Luís Carlos Prestes.
Em 10 de julho de 1924, os revoltosos divulgaram um manifesto que exigia a imediata deposição do presidente Artur Bernardes e um conjunto de reformas políticas. De fato, os tenentistas não tinham um projeto de poder claramente definido. Suas críticas giravam em torno da corrupção eleitoral que assolava o país, na instauração do voto secreto e a reforma das instituições de ensino. Sem articular um projeto para as maiorias, defendiam a reintrodução dos militares na vida política nacional.
Não resistindo à superioridade bélica das forças fiéis ao governo federal, os tenentes paulistas decidiriam deslocar o movimento para outra localidade. No dia 27 de julho de 1924, os militares paulistas romperam o cerco dos exércitos situacionistas, alcançando a região norte do Paraná, na fronteira entre o Paraguai e a Argentina. Depois de conquistarem algumas cidades paranaenses e catarinenses, esses militares decidiram se unir aos militares da Coluna Gaúcha liderada por Luís Carlos Prestes.
2: A revolução Constitucionalista de 1932: Novo
confronto armado destruiu, desta vez com dinamite, a “Ponte da Esperança”. Foi
durante a Revolução Constitucionalista de 1932. Tropas gaúchas ficaram
aquarteladas em Ribeirão Claro, requisitando alimentos da população. Pessoas
como Manoel Pereira Garrido, dono de uma padaria, armazém e posto de gasolina,
chegavam à falência, pois eram obrigados a prover a manutenção dos invasores.
Forçados pelos gaúchos, os revolucionários paulistas recuaram e dinamitaram a
ponte para impedir a passagem dos sulistas. O governo paulista só veio a
reerguê-la em 1936. (Fonte: http://www.patrimoniocultural.pr.gov.br)
A Revolução Constitucionalista de 1932, Revolução de 1932 ou
Guerra Paulista, foi o movimento armado ocorrido no Brasil entre os meses de
julho e outubro de 1932, onde o Estado de São Paulo visava a derrubada do
Governo Provisório de Getúlio Vargas e a promulgação de uma nova constituição
para o Brasil. Foi uma resposta paulista à Revolução de 1930, a qual acabou com
a autonomia que os estados gozavam durante a vigência da Constituição de 1891.
A revolução de 1930 impediu a posse do governador de São Paulo Júlio Prestes na
presidência da República e derrubou do poder o presidente Washington Luís, que
fora governador de São Paulo de 1920 a 1924, colocando fim à República Velha.
Atualmente, o dia 9 de julho que marca o início da Revolução de 1932, é a data cívica mais importante do estado de São Paulo e feriado estadual. Os paulistas consideram a Revolução de 1932 como sendo o maior movimento cívico de sua história.
Foi a primeira grande revolta contra o governo de Getúlio Vargas e o último grande conflito armado ocorrido no Brasil. No total, foram 87 dias de combates, (de 9 de julho a 4 de outubro de 1932 - sendo o último dois dias depois da rendição paulista), com um saldo oficial de 934 mortos, embora estimativas, não oficiais, reportem até 2.200 mortos, sendo que inúmeras cidades do interior do estado de São Paulo sofreram danos devido aos combates.
O Brasil, dois anos após a Revolução de 1932, teve uma nova constituição promulgada, a Constituição de 1934.
Atualmente, o dia 9 de julho que marca o início da Revolução de 1932, é a data cívica mais importante do estado de São Paulo e feriado estadual. Os paulistas consideram a Revolução de 1932 como sendo o maior movimento cívico de sua história.
Foi a primeira grande revolta contra o governo de Getúlio Vargas e o último grande conflito armado ocorrido no Brasil. No total, foram 87 dias de combates, (de 9 de julho a 4 de outubro de 1932 - sendo o último dois dias depois da rendição paulista), com um saldo oficial de 934 mortos, embora estimativas, não oficiais, reportem até 2.200 mortos, sendo que inúmeras cidades do interior do estado de São Paulo sofreram danos devido aos combates.
O Brasil, dois anos após a Revolução de 1932, teve uma nova constituição promulgada, a Constituição de 1934.
Foto do site da Revolução de 1932
Pedra da revolução - Gravada a baioneta - Chavantes SP: Nesta pedra, um soldado escreveu com a sua baioneta, durante os combates da Revolução de 1932. Era um ponto estratégico, pois a Ponte Pênsil havia sido derrubada e o
rio Paranapanema era estreito e raso. Hoje, no local, existe a Represa
Hidrelétrica de Chavantes, (Duke Energy).
Este local
ficou conhecido como PEDRA DA REVOLUÇÃO.
Inscrição
reproduzida em madeira do original feito por um soldado em 1932. Foto
Kelly Sato
Acervo de Dirceu Davanzo
Veja os vídeos de Paulo Araujo no endereço.
https://soundcloud.com/prdearaujo-1/depois-do-carnaval?utm_source=soundcloud&utm_campaign=share&utm_medium=facebook
https://soundcloud.com/prdearaujo-1/paranapanema
EM CONSTRUÇÃO
Foto de José Carlos Alves de Sousa
A Enchente que destruiu a Ponte: 1983: Muita chuva no estado de SP
O
ano de 1983 teve grande precipitação pluviométrica em boa parte do centro sul
do país, pois ocorria o fenômeno El Niño. (El Niño é o
nome dado a um fenômeno climático que acontece em decorrência da elevação
anormal da temperatura das águas do oceano Pacífico, que provoca significativas
mudanças no clima mundial. Quando ocorre, inicia-se nos meses de setembro ou
outubro; por volta do mês de dezembro a costa do Peru recebe as águas
aquecidas. Esse acontecimento climático resulta em alterações no clima, como,
por exemplo, no regime das chuvas em diversos pontos do planeta. Apesar de se
conhecer suas consequências, ainda sabe-se muito pouco acerca de sua origem e
causas. Atualmente, há muitas teorias que tentam explicar o surgimento do fenômeno,
mas sem nenhuma comprovação contundente.)
Enquanto isto, no Nordeste a seca foi uma das
piores da história, com 89% dos municípios decretando estado de emergência.
No centro sul do Brasil o volume de chuvas foi
o mais alto já registrado. Em SC a cidade de Blumenau sofreu
com as enchentes que deixaram 50 000 desabrigados e 38 000 casas atingidas. No
estado de SP as enchentes no Vale do Ribeira, rio Paraná, rio Paranapanema e
outros, deixaram segundo a defesa civil 32 mortos, 86 cidades afetadas e 65 500
desabrigados. No litoral de SP nesse ano de 1983 a cidade de Ubatuba teve 203
dias chuvosos, Santos 191, Cananéia 235, e Iguape 222.
Veja
o índice pluviométrico em nossa região:
Bauru
maio 284,4mm
junho 166,4mm
Ourinhos
maio 248,4mm
Jun 221,1mm
maio 284,4mm
junho 166,4mm
Ourinhos
maio 248,4mm
Jun 221,1mm
Uma fantástica seleção de imagens mostrando como ficou a Ponte
Alves Lima, quando as águas começaram a voltar ao leito normal
do Rio Paranapanema
Acervo de Dirceu Davanzo
Fotos de Ricardo Artale
Foto de Stefano M. teles
Um triste período - estado lastimável.
Foto publicada no jornal Debate
Foto de José Reynaldo
Foto publicada no jornal Debate
Antes da reforma:
Fotos do arquivo pessoal de José Carlos Donato
Fotos do arquivo pessoal de José Carlos Donato
Fotos do arquivo pessoal de José Carlos Donato
Fotos do arquivo pessoal de José Carlos Donato
Fotos do arquivo pessoal de José Carlos Donato
Fotos do arquivo pessoal de José Carlos Donato
Grafite de José Carlos Alves de Souza
Reformada:
Foto do acervo de Marcelo Rossi
Foto de Antonio Piccoli
Foto divulgação - superinformado
Foto de Fábio Vasconcelos
Foto de Danilo Dolci
Antes da reforma:
Fotos do arquivo pessoal de José Carlos Donato
Fotos do arquivo pessoal de José Carlos Donato
Fotos do arquivo pessoal de José Carlos Donato
Fotos do arquivo pessoal de José Carlos Donato
Fotos do arquivo pessoal de José Carlos Donato
Grafite de José Carlos Alves de Souza
Reformada:
Foto do acervo de Marcelo Rossi
Foto de Antonio Piccoli
Foto divulgação - superinformado
Foto de Fábio Vasconcelos
Foto de Danilo Dolci
Nossa ponte e a homenagem de
dois chavantenses.
dois chavantenses.
Veja os vídeos de Paulo Araujo no endereço.
https://soundcloud.com/prdearaujo-1/depois-do-carnaval?utm_source=soundcloud&utm_campaign=share&utm_medium=facebook
https://soundcloud.com/prdearaujo-1/paranapanema
EM CONSTRUÇÃO
16 comentários:
maravilhoso seu trabalho dona Lilia!
Parabéns!!!!
Obrigada, Márcia. E ainda tenho muito para postar. bjo
muito lindo seu trabalho, adoramos e amamos que emocionante
GOSTEI MUITO. ACHEI MUITO LEGAL ,PARABÉNS PELO TRABALHO.
G.Biscaim, Isabela C. e MATHEUS LOPES
Gostei muito , achei muito legal. Parabéns pelo trabalho.
G.Biscaim , Isabela C. e Matheus Lopes .
Muito Obrigado pela fonte de pesquisa!!!
parabéns pelo seu incrível trabalho, nos ajudou muito com nossa pesquisa, estou inteiramente grato pelo material que tive acesso para meu trabalho
Muito obrigada pelo incentivo. Volte sempre pois ainda tenho material para postar.
Obrigada pelo incentivo, G.Biscaim, Isabela C. e MATHEUS LOPES. Voltem sempre.
parabens pelo trabalho, precisamos de mais pessoas interessadas pelo nosso passado que é tao rico no sul de sao paulo e norte pioneiro do meu querido parana!!
Obrigada, Lucas Bertolini. Vc ainda encontrará futuras postagens em que falarei sobre o norte pioneiro .
Trabalho fantastico a recuperação é com satisfação que acompanhei os trabalhos de restauro como funcionario do IPT
Rogério Bastos
Oi Rogério, obrigada por suas palavras. Volte sempre.
Excelente trabalho.
Obrigada, Adenilton. Volte sempre.
Não tem fotos da ponte do estreito
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